sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desculpa, mas eu não sou mercadoria!




Foi isso que eu devia ter dito em resposta ao seguinte questionamento feito á mim por uma moça: “Eu já “peguei” três e você nenhum, beije logo esse rapaz.” Enquanto isso o citado rapaz tentava incessantemente me roubar um beijo. Mas no fim das contas, não respondi nada, disse apenas não e dei um daqueles sorrisinhos meio tortos, de canto de boca. Eu não estava envergonhada, muito menos surpresa. Eu só achei que explicar aquela moça os motivos por quais eu não saio por ai “pegando geral”, como ela mesma fala, seria perda de tempo. Deixa ela levar a vida como bem entendi, não cabe a mim interferir em suas escolhas. Essa é uma daquelas coisas que a gente só aprendi sozinho. Mas, mesmo tentando levar na brincadeira, uma roda viva de pensamentos girava na minha cabeça.

Existe uma coisa chamada limite e outra chamada amor próprio. Qualquer um sabe o que essas palavras significam, o problema é que entre a interpretação dos seus significados e o momento em que os pomos em pratica muita gente se perde. E se perde não só na vida, mas, também de boca em boca por ai. Até que ponto devemos nos preservar, guarda o nosso corpo e os nossos sentimentos? Até onde devemos deixar rolar? Em que ponto a liberdade esbara no bom senso? Realmente... Não é nada fácil ter essa percepção. Mas é preciso encontrar ao menos um meio termo. É bem isso que eu quero dizer, deve haver um meio termo entre o limite e o amor próprio.

Não estou querendo bancar a careta que acredita que a mocinha deve se guardar e esperar pacientemente o seu príncipe encantado.  Por incrível que pareça, eu nunca sonhei com isso. Até por que essas historinhas melosas são um tanto quanto distantes da vida real. É por isso que sair por ai beijando todos os sapos que te aparecem pela frente, na esperança de que um deles vire príncipe, é fantasiar demais. Essas moças sim acreditam em contos de fadas. Só que é com atitudes como está que elas deixam de ser a princesa e passam a ser a “gata burralheira”. É isso mesmo que você leu, eu disse “gata BURRAlheira” e não gata BORRAlheira.

Não vejo nada demais em sair com os amigos para balada, querer chegar em casa podre de cansada de tanto dançar, ou virar a noite num barzinho bebendo e jogando conversa fora. Sou fã confessa desses programinhas, acontece que o fato de eu querer extravasar não quer dizer que eu tenha que agir como uma dessas “gatas burralheiras”. É bem verdade que eu não sou santa, não sou princesa! - Apesar de muita gente fazer essa imagem de mim - Mas, também não me disponho a fazer o papel da “gata burralheira”, tão iludida com a versão moderna do príncipe encanto que perde a noção do limite, e joga para o alto seu amor próprio!

30/06/2012 ás 00;33

Obs - Para quem não lembra gata borralheira é uma garota que sofre, é injustiçada, mas encontra um príncipe encantado que lhe transforma em princesa. Mas acredito que existam também as “gatas burralheiras”, que são aquelas que - tentado não ser tão ofensiva – deixam de usar a inteligência a seu favor! 

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