sábado, 22 de março de 2014

Que medo feliz!


Aparecia raramente. E eu, ao vê-lo se aproximar me debruçava em seu peito. Me derramava em desalinho. O meu olhar só faltava cantar: "Eu sou sua menina, viu? Você é o meu rapaz." Mas ele sabia, sabia e usava isso como garantia, como moeda de troca por um carinho, vez ou outra. Tanto fez que me ganhou. Tanto usou que me roubou. Se as 10 ele ligava, as 12 ainda estava feliz. A cada batida do telefone meu coração pipocava, brincava numa montanha russa. Que medo feliz, era o de tê-lo por perto. 

17/04/2013